11 de abril de 2011


como trabalhar melhor



13 de setembro de 2009

No outro dia ía no metro, em direcção à última prova escrita do meu curso, e sentada à minha frente estava uma rapariga que achei uma certa graça. Tinha uma bíblia aberta no colo e escrevia algo no telemóvel enquanto lia; suponho que transcrevia algo da bíblia e enviava por mensagem para alguém. S. Lucas, era por aí que estava. A parte desta situação que realmente me cativou foi o estado da bíblia. Esta estava bastante usada, com um ar antigo. Tinha as lombadas com desenhos, e a capa dura estava semi rasgada, bastante gasta e solta do livro em si, o que a fazia deslizar ligeiramente para a esquerda. Então ficava à mostra cerca de metade da face interior da capa da bíblia, e tudo o que eu consegui ler foi o início do que parecia ser várias frases, todas começadas por
O amor é
O amor é
O amor é
O amor é
.....coisa essa que se estendia pela capa abaixo.
Fez-me imaginar o resto das frases. Fez-me olhar melhor para a rapariga. Enquanto eu estimo sem saber porquê esta t-shirt amarela com desenhos da arca de noé e com a frase 'God keeps his promises', alguém, num outro sítio, faz o mesmo de outra maneira.

27 de julho de 2009

'Mercado da Fruta #2'
Adorei.
E lá vou eu.

21 de julho de 2009

SOBRE VIVÊNCIA - Trailer

Os meus parabéns a todos os envolvidos neste trabalho. Fascinante.

20 de julho de 2009

Tenho uma semana para me pirar daqui. Parece-me uma eternidade, estes 8 dias. Provavelmente passarão mais rápido do que penso. Dá-me a irrequieta sensação que não tenho nada para fazer. Mas até tenho; tenho que arrumar tudo porque vou para longe. Arrumar tudo como quem diz.. não só levar tudo o que irei usar, como fechar as gavetas todas que cá ficam. Porque quando voltar, e conto que seja no mínimo um mês depois, não quero nada disto. Não quero voltar a pensar nos trabalhos que nunca cheguei a entender, não quero lembrar-me sequer dos sites que ficaram a meio porque não me deram os conteúdos. Mas também quero nesse mês, entre muitas, muitas outras coisas, aprender a não abrir tantas gavetas, não desarrumar tanta coisa, quando já conheço as probabilidades de vir a ter uma postura não equilibrada com tantas gavetas abertas. Quero unir o meu entender em algo firme, e não dividir as forças em trabalhos inacabados.
Tenho uma semana para me pirar daqui. Penso que será uma semana insuportável, penso que me tornei meio anti-social pois são raras as pessoas que me apetece mesmo ver, penso que é pouco o que sei de mim, ou fundamentado em coisas subjectivas e apenas minhas. Será, na verdade, uma semana rica. Pelo menos porque fiz tenções que fosse a última semana de uma fase qualquer. Acontece uma exposição, o que é bom. Acontece o querer finalizar estes assuntos todos. Tenho um monte de trabalhos pesados para trazer da faculdade, pois já fizeram o que tinham a fazer. Tenho um quarto sobrelotado para esvaziar. Pelo menos voltar a fazer-se notar o branco. Tenho papelada para arrumar no separador correspondente a estes 6 meses que acabaram. Tenho canetas e outros variadíssimos utensílios para seleccionar para levar. Tenho barro em papa para secar, tenho barro em pedra para partir e por de molho. Acabei de me lembrar que tenho 2 cacifos na faculdade para esvaziar, um cheio de sobras em pedra, outro cheio de um monte de coisas repletas de vaselina. Tenho uns 40 itens no ambiente de trabalho que não deviam estar lá, tenho informação para arrumar e não mais ter que olhar, tenho que seleccionar o que levarei comigo. Tenho livros espalhados desde o carro até à cozinha para voltar a por no lugar. Tenho um quarto ocupado para desocupar. Já disse isto. São tantas coisas, que acabo por quase me afogar no nada a que tudo isso se reduz, e por sentir que me espera uma semana inquietante. Eu não decidi ir passar um mês fora. Não pensei passar um verão quase igual ao verão anterior. Também não me senti tentada em fazer algo diferente. Mas não escolhi, simplesmente surgiu algo suportável, longe daqui, longe das pessoas, e acho que foi por isso, e também motivada pela paixão que tenho pela cerâmica e por um convite para dar um workshop, que acabei por ir por aí, sem chegar a pensar sequer, mas fugindo da hipótese de chegar agora a este ponto e não saber o que fazer, e pior, continuar aqui. Não estar ocupada, para minha surpresa, tornou-se meio insustentável. Ao menos sei que será apenas uma semana, e que passará mais rápido do que penso, e possivelmente quando chegar a hora até irei um ou dois dias depois pois não tratei de tudo a tempo. Se há coisa imperativa, é que antes de sair daqui terei que deixar este espaço livre e limpo de tudo o que tem sido; sem memórias, sem conotações, de modo a que quando voltar, seja lá como for, seja o que for que traga comigo, se encaixe bem aqui. Saia o que sair daqui, é meu, quero começar por não julgar, não pensar o que será, não imaginar o que acontecerá. Simplesmente honrar aquilo que é, deixando ser. Não quero mais chatices comigo. Não quero estar triste comigo, ainda menos quando é algo exterior que se mete entre eu e eu. Só quero o zero, sinceramente, não é apagar tudo, é saber que pode estar lá tudo, mas em livros fechados, lidos e entendidos, que não tento constantemente decorar. Já passei lá. Não estou assim tão longe, nem é assim tão difícil. Acho que só requer um pouco mais de concentração. Em mim e na minha alienação. Como não ver televisão, não ouvir uma discussão, não pensar como se destrói o planeta sem ocorrer ao invés agradecer, tanta coisa que não quero pensar porque serei tentada a revoltar-me.. saltos altos, futebol, fome, armas, corrupção, spray, comida estragada é o que está ao nosso dispor, carros que poluem, sociedade consumista, anti-depressivos, curas para o cancro demasiado baratas para serem viáveis, toneladas e toneladas de ódio são vendidas por quem diz apregoar a paz. Hipocrisia. Podíamos ter sido melhores. Relógios caríssimos feitos por crianças que acabarão por morrer de fome com o intuito de enfeitar mais um pulso mimado. Podemos ser melhores. E esta realidade não está assim tão longe, está já ao virar da esquina, na verdade, está por vezes em mim, também. Chateia-me saber isso, que eu também poluo, porque são propositadamente fracas as condições ao meu dispor para ter um carro não poluente. Petróleo. Mortes em massa. Armas. Toneladas e toneladas de ódio. Dinheiro. 20% da população mundial a controlar 80% da riqueza do planeta. Como se muda algo tão colossal, tão erradamente entrenhado nas raízes deste planeta? Fim do meu tempo de antena..... simplesmente insuportável.
Até onde puder não contribuir para esta realidade, não contribuirei. Mesmo em pensamento. Talvez seja mesmo tarde demais para ser pessimista. Resta-nos ao menos entender, aceitar, e aguardar resposta. Não é tarde demais para agradecer o facto de existirmos nem é tarde demais para sentir a resposta a isso. Não é tarde demais para nos deliciarmos com coisas imateriais dum modo que nem conhecíamos. Não é tarde demais para, pelo menos, sentir.

5 de julho de 2009

3 de julho de 2009


A esfera é um símbolo de perfeição que, entre outros, representa o Universo. Tal como acontece com o círculo, o seu movimento circular é perfeito, imutável, sem começo nem fim. A sua figura de simetria por excelência remete-nos a uma ausência de divisão, e por isso a esfera se trata de um símbolo do mundo espiritual, invisível e transcendente.
Combinado com o quadrado, o círculo evoca uma ideia de movimento; de mudança da ordem ou do nível.
O puzzle, como qualquer jogo, é um símbolo de luta. Este associa noções de regra, totalidade e liberdade. São assuntos que ao permanecerem latentes determinam conflitos, mas ao serem ultrapassados provocam adaptação e progresso.

"Aquilo a que a lagarta chama fim do mundo, o mestre chama borboleta. Não te afastes de possíveis futuros antes de teres a certeza que nada tens a aprender com eles. Todas as pessoas, todas as situações da nossa vida estão ali porque as criàmos. Aquilo que temos a fazer com elas só depende de nós."
Richard Bach
Caldas da Rainha

Mais uma jornada, mais uma missão cumprida.
Encher o molde com pasta líquida, esperar.
Virar o molde ao contrário para escorrer o excesso de líquido, esperar muito.
Abrir o molde e tirar a peça inteira. Se tudo correr bem.
Deixar a peça secar para ir para o forno, só é vidrada depois disso.


28 de junho de 2009

Vá, resumindo mas perdendo o impacto:
A arte relaciona-se, mais recentemente, com a necessidade da mente se alienar. Mas acaba por se tornar inimiga do artista, porque nega a realização e a transcendência que ele deseja. Isto porque um artista serve-se da linguagem, e esta remete-nos a uma consciência histórica e prende o atista a algo que já foi feito antes, o que o torna alienado dessa transcendência que pretende.
Segundo Nietszche, vivemos numa época de comparações e instintivamente comparamos tudo o que já foi verificado. Se o descontentamento da arte resido no facto de nos faltar palavras e ao mesmo tempo de dispormos de palavras a mais (pois isso leva a uma hiperactividade da consciência que limita os sentidos) o contentamento está no uso de um 'discurso sensorial' que não passa pelos sentidos e integra-se na natureza sensível, estando livre de distorção e ilusão. "À medida que o prestígio da linguagem cai, o do silêncio sobe."
O artista deve render-se ao silêncio, pois a própria lacuna ou espaço de diálogo perdido entre o artista e o seu público pode conferir-lhe ascetismo. Mesmo sem atribuir intenções objectivas à obra, persiste o resultado dessa experiência; tal como existe sempre algum som no silêncio, existe sempre algo implícito no facto de se estar a 'olhar', mesmo que seja para o 'vazio'. Beckett diz que a arte deve aposentar-se de simulações e deve apenas expressar que nada há a dizer.
Assim, o facto de se assumir que uma obra de arte é falsa ou nada tem a dizer torna-se numa atitude verdadeiramente séria, pois desse modo a arte é encaradacomo um 'meio' para algo atingível só após o seu abandono.
Um artista que deseja o silêncio já ascendeu de algum modo, pois para chegar a esse ponto já indagou a sua arte até à exaustão.
"Nenhum pássaro tem ânimo para cantar num matagal de indagações."

a partir de The Aesthetics of Silence, SUSAN SONTAG

Achei este assunto demasiado interessante para não ser colocado aqui! Qualquer ser humano de tanto bater, bater, bater na mesma tecla, nas mesmas questões, terá de se cansar, e é ao afastar-se dessa busca que impôs para si (limitadamente conduzida por si próprio) que de algum modo transcende as suas próprias tormentas.
Há quem tenha sugerido, por essa altura, que se pegasse fogo a toda a informação escrita de modo a reconstruir todo um universo nominativo sem a carga que o actual traz. Eu não vou por aí, antes tenho vontade de difundir ainda mais um simples exercício, chamado Gibberish, disponibilizado aqui, no excelente site Palavras de Osho.

26 de junho de 2009


A ORQUESTRA
agora que já secou...




Montemor, Maio 2009

25 de junho de 2009

Projecto de Cerâmica 'MERCADO DA FRUTA'
Devido ao facto de não me poder mexer, decidi animar-me organizando as fotografias desta viagem as Caldas, com o propósito de fazer os moldes das peças. Mas vou rebobinar um pouco. Pediram-nos ('nos' - finalistas de cerâmica) para nos organizarmos em grupos de dois e desenvolvermos uma peça utilitária que tenha lugar no mercado das Caldas da Raínha. Essa peça deve ser inspirada no trabalho de cerâmica de Bordalo Pinheiro. Eu e o meu partner decidimos assim fazer um regador em que o corpo da peça seria, perdão, será formado por uma couve lombarda e um alho francês, estando uma das folhas do alho francês levantada de modo a servir de pega do regador. Secretamente (ou pelo menos não revelado até a hora certa) esta peça é também um instrumento musical.
Assim, temos planeadas 3 visitas ás Caldas da Rainha, para trabalharmos no CENCAL (instituto com grandes condições e técnicos de cerâmica) de modo a concretizar os 6 projectos existentes, no total. Esta primeira viagem teve como objectivo fazer os moldes da peça; a próxima será para encher os moldes (com barro líquido) e a terceira e última viagem planeada será para cozeduras e vidrados.
Segue-se então um conjunto de imagens que ilustram a realização do nosso molde e desta missão cumprida.


Isto é na verdade um peso enorme de barro, conformado de acordo com a forma pretendida e coberto com folhas da couve e do alho francês, com pregos a segurar esses objectos ao barro. Apesar de lhe faltar a folha do alho que servirá para pegar no regador (será uma peça feita à parte e colada enquanto verde, o seu molde com a inclinação certa foi também feito mas não há fotografias desse processo, que é o mesmo do que aqui está) penso que dá para imaginar a forma final!



Uma placa de gesso com o perfil da couve desenhado foi cortada para dividir a peça em duas metades.



Como só aquela primeira metade do molde levou 14Kg de àgua mais 19Kg de gesso, colocou-se bastante barro nos potenciais sítios de fuga de gesso nesse perfil.


De seguida, fez-se a caixa do molde. No seu interior, meia couve está pronta a ser copiada para o negativo!


Excelente sistema para fazer gesso com aspirador incluído!

Até a misturadora temos direito :)






Aí está a primeira metade feita. Passado uns minutos desmontámos a caixa o barro etc, e aqui está a metade do molde acabada de ser feita.


Voltamos a fazer a caixa, desta vez para encher a outra metade do molde, ou seja a outra metade da peça! Este cone cinzento (que é barro) será a boca de enchimento, ou seja será por esse 'túnel' no molde que entrará o barro líquido quando formos encher os moldes. Será também aí que estará a abertura para se colocar água no regador.







Estão as duas metades feitas. Falta a parte onde a peça assenta. Viramos o molde de pernas para o ar para fazer a 3ª parte do molde: a base.



Construímos de novo a caixa para o molde.

E volta a encher.





E deixa secar.
Entretanto aqui fica em nome de todos um obrigada especial para ti Di por teres acolhido e alimentado esta malta toda (e duas vezes!) sem os conheceres de lado nenhum! Soube muito bem :)

E aqui está o molde quase pronto! Falta desmoldar.

Sai a base primeiro.



Com umas marteladas encaixa-se no barro um tarolo de madeira de modo a expulsar e separar as duas metades do molde.

Depois dá-se uma limpeza, tem-se alguma paciencia.. e está o molde pronto.



Once again, OUTSTANDING TEAMWORK.