25 de junho de 2009

Projecto de Cerâmica 'MERCADO DA FRUTA'
Devido ao facto de não me poder mexer, decidi animar-me organizando as fotografias desta viagem as Caldas, com o propósito de fazer os moldes das peças. Mas vou rebobinar um pouco. Pediram-nos ('nos' - finalistas de cerâmica) para nos organizarmos em grupos de dois e desenvolvermos uma peça utilitária que tenha lugar no mercado das Caldas da Raínha. Essa peça deve ser inspirada no trabalho de cerâmica de Bordalo Pinheiro. Eu e o meu partner decidimos assim fazer um regador em que o corpo da peça seria, perdão, será formado por uma couve lombarda e um alho francês, estando uma das folhas do alho francês levantada de modo a servir de pega do regador. Secretamente (ou pelo menos não revelado até a hora certa) esta peça é também um instrumento musical.
Assim, temos planeadas 3 visitas ás Caldas da Rainha, para trabalharmos no CENCAL (instituto com grandes condições e técnicos de cerâmica) de modo a concretizar os 6 projectos existentes, no total. Esta primeira viagem teve como objectivo fazer os moldes da peça; a próxima será para encher os moldes (com barro líquido) e a terceira e última viagem planeada será para cozeduras e vidrados.
Segue-se então um conjunto de imagens que ilustram a realização do nosso molde e desta missão cumprida.


Isto é na verdade um peso enorme de barro, conformado de acordo com a forma pretendida e coberto com folhas da couve e do alho francês, com pregos a segurar esses objectos ao barro. Apesar de lhe faltar a folha do alho que servirá para pegar no regador (será uma peça feita à parte e colada enquanto verde, o seu molde com a inclinação certa foi também feito mas não há fotografias desse processo, que é o mesmo do que aqui está) penso que dá para imaginar a forma final!



Uma placa de gesso com o perfil da couve desenhado foi cortada para dividir a peça em duas metades.



Como só aquela primeira metade do molde levou 14Kg de àgua mais 19Kg de gesso, colocou-se bastante barro nos potenciais sítios de fuga de gesso nesse perfil.


De seguida, fez-se a caixa do molde. No seu interior, meia couve está pronta a ser copiada para o negativo!


Excelente sistema para fazer gesso com aspirador incluído!

Até a misturadora temos direito :)






Aí está a primeira metade feita. Passado uns minutos desmontámos a caixa o barro etc, e aqui está a metade do molde acabada de ser feita.


Voltamos a fazer a caixa, desta vez para encher a outra metade do molde, ou seja a outra metade da peça! Este cone cinzento (que é barro) será a boca de enchimento, ou seja será por esse 'túnel' no molde que entrará o barro líquido quando formos encher os moldes. Será também aí que estará a abertura para se colocar água no regador.







Estão as duas metades feitas. Falta a parte onde a peça assenta. Viramos o molde de pernas para o ar para fazer a 3ª parte do molde: a base.



Construímos de novo a caixa para o molde.

E volta a encher.





E deixa secar.
Entretanto aqui fica em nome de todos um obrigada especial para ti Di por teres acolhido e alimentado esta malta toda (e duas vezes!) sem os conheceres de lado nenhum! Soube muito bem :)

E aqui está o molde quase pronto! Falta desmoldar.

Sai a base primeiro.



Com umas marteladas encaixa-se no barro um tarolo de madeira de modo a expulsar e separar as duas metades do molde.

Depois dá-se uma limpeza, tem-se alguma paciencia.. e está o molde pronto.



Once again, OUTSTANDING TEAMWORK.


Cansada de aqui estar deitada sem poder mexer o pé. Devia estar na faculdade tenho um trabalho para acabar até 3ª feira. Tenho outro exame 3ª feira. Preciso de voltar para as Caldas 4ªfeira. E deparo-me com este entorse. Estive 3 dias no CENCAL, Caldas da Raínha, a fazer os moldes para um projecto de Cerâmica (exposição 'Mercado da Fruta'). Ontem, último dia, lá tropecei num buraco no meio da relva, ficando imediatamente imobilizada. Éramos 3 pessoas e preparávamo-nos para voltar para casa, portanto não tive outra hipótese senão entregar as chaves do meu carro a única dessas duas pessoas com carta, esquecer que nunca vi essa pessoa a conduzir na vida, agradecer pelo favor e esperar que o carro parasse à beira da estrada mais próxima. Obrigatoriamente tive que superar esse desconforto que é alguem estar a conduzir o meu carro.
Além disto, sempre acreditei na possibilidade dos acidentes serem causados pelo próprio sentimento de culpa. Curiosa e coincidentemente, há uns dias perguntei-me se chegaria a ter algum acidente (inclusivé nesses dias andei a ter mais cuidado com ferramentas perigosas e zonas escorregadias) derivado deste sentimento de culpa que por vezes faz sentido, por outras vezes não. Culpada do quê? Talvez de não ter apoiado algumas pessoas como se calhar preferia o ter feito. Ao mesmo tempo não sei o que fiz nesse tempo mas penso que precisava que fosse assim. Então não tenho culpa? Eu sei que não tenho culpa pois ela não existe nem tem lógica. Mas... as vezes sinto-me mal! Mas não sou capaz de ser mais do que aquilo que sou hoje, quero dizer até a bonsai acabou por morrer. Enfim, culpada ou não, com o pé com gelo ou sem gelo, não deixo de achar piada ao facto de ter tido este acidente quando já me tinha questionado acerca de um acidente, já que me tenho sentido culpada seja lá do que for.