1 de fevereiro de 2009

Fé   
Há cerca de três horas atrás eu estava sentada no carro, com um amigo ao meu lado, à beira de uma crise de ansiedade. Na verdade já começava a acalmar-me. Então, vindas não sei de onde nem como, as palavras começaram a voar-me pela boca fora. Falei... falei como não costumo falar. Falei pensamentos que julgava serem difíceis de verbalizar. Na verdade, falei como se ninguém me ouvisse, falei quase como se estivesse em silêncio. Falei até ter vontade de chorar, e aí reparei na presença que estava ao meu lado; ouvia tudo, sem nada dizer.
E nesse momento voltei a sentir-me calma. E percebi que preciso de expulsar os meus pensamentos. Abrir a janela, deixar a corrente de ar limpar nódoas e cheiros. Vou escrevendo aqui, ali, em guardanapos ou no imaginário... mas talvez seja bom solidificar estes pensamentos que fazem parte de mim. Talvez seja bom. 
Porque tenho fé.